<\/a>M\u00e9dicos come\u00e7am a descobrir o impacto da Covid-19 na sa\u00fade do cora\u00e7\u00e3o: at\u00e9 30% dos pacientes com a doen\u00e7a sofrem de miocardite. Evanto Elements\/Reprodu\u00e7\u00e3o<\/p><\/div>\n
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A MedRio Check Up est\u00e1 comemorando 30 anos de funcionamento. Para marcar efem\u00e9ride t\u00e3o importante, criamos uma agenda de \u201cEncontros Cient\u00edficos com a Preven\u00e7\u00e3o\u201d, que acontecem uma vez por m\u00eas, abordando diferentes especialidades m\u00e9dicas. Para este m\u00eas de fevereiro, convidei os renomados colegas Claudio Benchimol e Jo\u00e3o Mansur para falarem sobre a sa\u00fade do cora\u00e7\u00e3o. No come\u00e7o da semana passada, apresentei aqui na coluna o papo com Claudio Benchimol. Abaixo est\u00e1 a nossa conversa com Jo\u00e3o Mansur. Boa leitura! \u2013 Gilberto Ururahy<\/em><\/p>\nSequelas card\u00edacas da Covid-19<\/strong><\/p>\nSegundo o cardiologista Jo\u00e3o Mansur, um dos m\u00e9dicos mais experientes do pa\u00eds, \u00e9 preciso ficar atento \u00e0s consequ\u00eancias que a Covid-19 traz ao sistema card\u00edaco. Respons\u00e1vel pelo Servi\u00e7o de Cardiologia do Hospital Samaritano Botafogo, especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e especialista em Ecocardiografia pela SBC-DIC, Mansur destaca que de 20 a 30% dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentaram miocardite.<\/p>\n
Conversamos com Jo\u00e3o Mansur sobre estes e outros assuntos:<\/p>\n
O cora\u00e7\u00e3o \u00e9 a principal causa de mortes no Brasil?<\/strong><\/p>\nA mortalidade cardiovascular \u00e9 principal causa de \u00f3bitos n\u00e3o s\u00f3 no Brasil, mas em todo o mundo. Historicamente, as doen\u00e7as infectocontagiosas eram a maior causa de morte no pa\u00eds at\u00e9 os anos 1960, mas desde ent\u00e3o isso mudou para as doen\u00e7as cardiovasculares.<\/p>\n
A que se deve essa mudan\u00e7a?<\/strong><\/p>\nA um somat\u00f3rio de fatores: tabagismo, sedentarismo, estresse, maior ingest\u00e3o de alimentos saturados s\u00e3o alguns deles. Em alguns pa\u00edses, a incid\u00eancia de doen\u00e7a coron\u00e1ria \u00e9 menor, como o Jap\u00e3o. Um estudo mostrou que cidad\u00e3os que viviam no Jap\u00e3o tinham menor n\u00edvel de colesterol e taxa de doen\u00e7a coronariana. J\u00e1 entre os japoneses que foram morar no Hava\u00ed, havia incid\u00eancia intermediaria. A situa\u00e7\u00e3o ficava mais grave entre os japoneses que moravam em S\u00e3o Francisco. Portanto, o ambiente tamb\u00e9m \u00e9 um fator consider\u00e1vel.<\/p>\n
Dados do estudo Vigitel mostraram uma diminui\u00e7\u00e3o consider\u00e1vel no grupo de pessoas que fumam mais de 20 cigarros: de 4,6%, em 2006, para 2,6% em 2017. Isso muda consideravelmente a probabilidade do risco. Com maior conscientiza\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o dos fatores de risco, consegue-se diminuir a incid\u00eancia coronariana.<\/p>\n
Quais s\u00e3o as sequelas da Covid-19 ao cora\u00e7\u00e3o?<\/strong><\/p>\nComo se sabe, 90% a Covid-19 est\u00e1 intimamente relacionada \u00e0 problemas pulmonares. No entanto, gradativamente, foi se percebendo um maior comprometimento da fun\u00e7\u00e3o card\u00edaca por conta da Covid. A troponina, uma enzima que s\u00f3 se encontra no cora\u00e7\u00e3o, tem sua quantidade aumentada de 7 a 36% em pacientes contaminados. Isso passou a ser o maior fator prognostico do paciente com Covid. Tanto que quando se analisa a mortalidade, 59% tinham a troponina elevada. Entre os que sobreviveram, 1% tinham a enzima aumentada. A troponina elevada \u00e9 um term\u00f4metro do comprometimento da fun\u00e7\u00e3o card\u00edaca, mas n\u00e3o apenas por Covid. Cerca de 20 a 30% de quem teve Covid sofre de miocardite, por exemplo.<\/p>\n
O brasileiro cuida mal do cora\u00e7\u00e3o?<\/strong><\/p>\nSim, porque se dedica pouco \u00e0 atividade f\u00edsica, continua fumando \u2013 apesar da diminui\u00e7\u00e3o do \u00edndice de tabagismo -, al\u00e9m de ter uma dieta ruim, com excesso de sal. O brasileiro n\u00e3o tem uma dedica\u00e7\u00e3o aos cuidados com o cora\u00e7\u00e3o como deveria. Soma-se a isso a dificuldade de atendimento medico e acesso aos rem\u00e9dios. Para muitos brasileiros, existe uma dist\u00e2ncia entre um m\u00e9dico prescrever e o paciente comprar um medicamento.<\/p>\n
Como o check-up pode auxiliar na preven\u00e7\u00e3o?<\/strong><\/p>\nQuando uma pessoa se submete a um check-up m\u00e9dico completo, ajuda a prever a percentagem de mortalidade desse paciente. Fatores como idade (acima de 60 anos tem mais chances de ter doen\u00e7a coronariana), g\u00eanero (mulher at\u00e9 a menopausa tem menos chance de doen\u00e7a coronariana, mas depois da menopausa se igualam aos homens), press\u00e3o arterial sist\u00f3lica, colesterol total, HDL, tabagismo ou diabetes apontam se o paciente est\u00e1 no risco leve, m\u00e9dio ou intermedi\u00e1rio de uma doen\u00e7a coronariana. Em posse de exames, o m\u00e9dico \u00e9 capaz de criar uma estrat\u00e9gia de a\u00e7\u00e3o para o paciente.<\/p>\n
Para encerrar: o que as pessoas podem fazer para melhorar a qualidade de vida?<\/strong><\/p>\nAdultos que ficam de seis a oito horas por dia em comportamento sedent\u00e1rios (essencialmente sentado, no computador ou assistindo TV) tem o risco aumentado de problemas de sa\u00fade. Estudos mostram que se a pessoa diminui para tr\u00eas horas por dia nessa posi\u00e7\u00e3o, aumenta a expectativa de vida em dois anos. Se diminuir para menos de duas horas por dia, aumenta a expectativa de vida em 1,4 anos. Vive mais quem anda mais e n\u00e3o quem ganha mais.<\/p>\n
Fala-se muito da figura do \u201catleta de fim de semana\u201d. Mas est\u00e1 provado que quem pratica exerc\u00edcio uma a duas vezes por semana (entre 37,5 e 150 minutos) tem uma redu\u00e7\u00e3o de mortalidade em mais da metade, se comparado com os sedent\u00e1rios. Pouco exerc\u00edcio \u00e9 muito melhor que nada.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, \u00e9 importante diminuir o consumo de alimenta\u00e7\u00e3o saturada, como frituras, carne vermelha e gorduras saturadas. Um trabalho abrangendo 52 pa\u00edses analisou nove itens que seriam perigosos para a sa\u00fade coronariana, como tabagismo, diabetes, colesterol, hipertens\u00e3o e bebida alco\u00f3lica. Descobriram que a estabilidade emocional e o estado psicol\u00f3gico, como depress\u00e3o, tamb\u00e9m tem influ\u00eancia muito grande para a sa\u00fade card\u00edaca. Outro dado importante \u00e9 que o acr\u00e9scimo de frutas e vegetais \u00e0 alimenta\u00e7\u00e3o di\u00e1ria que diminui em 30% o risco de doen\u00e7a coronariana.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Cardiologista aponta riscos e alerta: \u201cvive mais quem anda mais e n\u00e3o quem ganha mais\u201d A MedRio Check […]<\/p>\n","protected":false},"author":9,"featured_media":4178,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[98],"tags":[],"yoast_head":"\n
VejaRio: Sequelas card\u00edacas da Covid-19 - Med-Rio Check-up<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n