A pandemia do novo coronavírus pegou o mundo de surpresa e nos obrigou adaptarmos a uma nova rotina. Da noite para o dia, as empresas tiveram que adotar o regime de home office, com as escolas fechadas, o ensino passou a ser à distância. Não só o dever foi afetado, mas a nossa diversão também; parques, cinemas, teatros e áreas de lazer fechadas nos levou ao confinamento forçado e isso afetou a saúde de todos. Adultos, crianças e adolescentes, sem distinção, foram afetadas física e emocionalmente pela pandemia.

Buscando entender o que podemos fazer para minimizar os impactos dessa nova rotina, a NeTe conversou com o médico Gilberto Ururahy, especialista há 40 anos em Medicina Preventiva. Ururahy explica que as principais mudanças para uma saúde mental e física saudáveis é a criação de uma rotina adaptada, principalmente neste momento crítico de afastamento social gerado pela pandemia de COVID-19.

Como Presidente do Conselho de Medicina e de Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Ururahy tem observado, desde o início da pandemia, significativas mudanças metabólicas em seus clientes, atreladas principalmente a uma alteração na saúde emocional. Ururahy é sócio da MedRio Check-up – juntamente com o dr. Galileu Assis -, clínica líder brasileira em medicina preventiva check-ups médicos, tendo entre seus clientes empresas multinacionais que visam o bem-estar dos seus profissionais.

Um dos sintomas apresentados por eles, segundo o médico, foi o aumento da insônia, que passou de 18% para 35% da população, resultado de uma preocupação no âmbito dos serviços home office. Além disso, durante esse período, o excesso de peso corporal também foi observado e de forma brusca passou de 67% para 80% da população brasileira, o que segundo ele, é a consequência de uma alimentação baseada em comidas rápidas e prontas. Por isso, ter uma rotina adaptada em casa neste momento de isolamento social é a principal mudança para se combater os diversos impactos causados pela pandemia, como o sedentarismo.

Tendo a análise como parâmetro, um dos principais resultados gerados pelo isolamento em seus clientes foi também o estado de incertezas em relação ao futuro ocasionando assim, o aumento do estresse, fruto principalmente da necessidade que o indivíduo tem em se adaptar às novas mudanças. “O nosso físico, sem dúvida, também sentiu a pandemia”, afirmou Gilberto Ururahy. Por tanto, é devido a esses problemas que a necessidade expressa de buscar uma nova rotina dentro do cenário atual tem que ser levada a sério, pois a prevenção ainda é o principal caminho.

Diante desta perspectiva, é possível observar um aumento de doenças crônicas, principalmente as que envolvem a alimentação, como Hipertensão, Obesidade e Diabetes. “É neste momento de relaxamento que se observa as sequelas do pós-covid-19 nos profissionais, ou seja, o advento de doenças silenciosas,” explicou o médico. Para ele, a privação do mundo sociável fez com que muitos pacientes deixassem de realizar seus acompanhamentos médicos por medo de saírem de casa, e neste cenário, a falta de informação começa a gerar problemas permanentes, levando até mesmo a arritmia cardíaca e ao aumento da pressão arterial.

Por isso, manter uma rotina baseada em atividades físicas regulares, criação de uma rotina saudável dentro de casa, incluindo períodos de lazer, e horários adequados para as tarefas profissionais é o principal papel para manter a saúde em dia durante a pandemia.

Segundo ele, é importante que neste momento as empresas cuidem de seus funcionários, promovendo atividades de socialização, como happy hour online, estimular o profissional a organizar horários para as tarefas da empresa dentro de casa e horários para o lazer em família e até mesmo estabelecer programas que incentivem a alimentação saudável, despertando assim, o exame médico preventivo para se conhecer o fator de risco.

Para Gilberto Ururahy, o excesso de acúmulo de trabalho, estresse e também a preocupação é, sem dúvidas, o fator principal de uma saúde prejudica, o que pode potencializar as doenças crônicas aqui evidenciadas ainda mais neste momento de pandemia. “A única vacina natural ainda é a prevenção e uma rotina de exercício físico,” concluiu o médico.