Ator enfrentou Mal de Parkinson por trinta anos e cantor americano padece do Mal de Alzheimer

Paulo José: ator travou uma longa luta contra o Mal de Parkinson. Internet/Divulgação

 

Esta semana o Brasil se despediu de um dos maiores nomes das suas artes. Paulo José, brilhante ator e diretor, nos deixou depois de travar uma batalha pública contra o Mal de Parkinson nas últimas três décadas. Mesmo nos últimos anos, quando a doença se agravou, Paulo, de 84 anos, ainda atuava e brindava o público com performances memoráveis. Também nos últimos dias, o cantor americano Tony Bennett, uma das mais belas vozes do século 20, anunciou sua aposentadoria, aos 95 anos. Segundo o filho do artista, o cantor cancelou uma série de apresentações planejadas este ano e não voltará a fazer turnê, por ordens médicas. Mas o que são o Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer, que acometeram os dois grandes artistas?

A doença de Parkinson (mais conhecida popularmente como Mal de Parkinson) acontece em função da diminuição na produção de um neurotransmissor chamado dopamina. A dopamina permite que o corpo funcione regularmente, transportando impulsos nervosos e facilitando os comando emitidos pelo cérebro para que cheguem até outras partes do corpo. A falta da dopamina compromete significativamente o sistema nervoso central. O dano aumenta com o passar do tempo e pode afetar todas as áreas do corpo. O Brasil não tem estatísticas oficiais sobre a incidência do Mal de Parkinson, mas estima-se que o número de pessoas com Doença de Parkinson representaria cerca de 3% da população com mais de 60 anos. Levando em consideração que a população brasileira nessa faixa etária é de 21 milhões de pessoas, chegamos a um número estimado de 630 mil brasileiros com Parkinson. Estudos internacionais estimam que o número de pacientes no país dobrará até 2030. Entre os principais sintomas do Mal de Parkinson estão: tremedeiras (especialmente nos membros superiores, como os braços); diminuição na agilidade dos reflexos musculares; rigidez nas articulações; passos mais curtos ou dificuldade de caminhar; depressão; confusão mental; dores musculares e dificuldade para escrever e fazer movimentos com precisão. Além de fisioterapia, existem medicamentos que auxiliam a retardar o avanço da doença. No entanto, como o Parkinson é uma condição crônica, é necessário tomar a medicação por toda a vida. Já o Mal de Alzheimer também é uma doença neurodegenerativa com evolução progressiva, que pode levar de oito a doze anos. O paciente diagnosticado com Alzheimer vai perdendo algumas funções cerebrais, como a memória, as habilidades linguísticas, a habilidade de pensamento abstrato e, consequentemente, a independência para cuidar de si mesmo. Entre os sintomas do Mal de Alzheimer apontam-se a perda de memória de fatos do dia a dia (o que comeu no dia anterior, um aniversário ou nascimento de alguém importante no mês anterior, por exemplo); confusão com dias e horários; perder-se em lugares conhecidos; dificuldade em encontrar palavras; guardar objetos e não lembrar-se de onde o colocou. A prevenção de doenças degenerativas passa por um estilo de vida saudável em que se viva mais e melhor. Pesquisa da Universidade da Califórnia apontou que quem pratica exercícios tem 50% menos probabilidade de desenvolver demência e outras doenças cerebrais. Portanto, o envelhecimento saudável do cérebro envolve hábitos como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos regulares, noites de sono reparador, consumo moderado de álcool e check-up periódico. Saúde é prevenção! Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a MedRio Check-up, líder brasileira em check up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).