A Síndrome Metabólica é um conjunto de fatores de riscos metabólicos que se manifestam num mesmo indivíduo, caracterizado por um quadro de gordura localizada no abdômen e resistência à insulina, que provoca maior risco de doenças cardiovasculares, ateroscleroses e diabetes. A Síndrome Metabólica recebe esse nome porque são vários possíveis componentes. A International Diabetes Federation (IDF) afirma que para ter uma síndrome metabólica, além do aumento da circunferência abdominal, o indivíduo precisa apresentar pelo menos dois desses fatores: triglicerídeos aumentado (acima de 150), HDL baixo (para homem 40 ou menos e para mulheres abaixo de 50), pressão arterial acima de 130 por 80 e glicose (em jejum) acima de 100, ou estar em tratamento para hipertensão, diabetes ou gordura no sangue.

A Síndrome está diretamente relacionada ao estilo de vida e também ao ganho de peso. Quem engorda mais na região baixa do corpo (área dos glúteos e das coxas para baixo), tem menos risco de desenvolver a Síndrome Metabólica. Já quem engorda da cintura pra cima, na área abdominal, tem o risco maior. De acordo com a pesquisa ELSA Brasil, 51% das pessoas com peso normal tinham a Síndrome Metabólica. Entretanto, entre os que tinham obesidade (22,7%), apenas 12% apresentavam a Síndrome Metabólica. Portanto, a condição que define a gênese da Síndrome Metabólica é a distribuição de gordura no corpo.

Um artigo publicado em 2019 apontou que um terço da população americana tem Síndrome Metabólica. No Brasil temos dados esparsos a respeito, mas podemos dizer que a população brasileira é de risco. O excesso de peso no Brasil hoje incide em 56% da população e a obesidade em 20% das pessoas.

A faixa etária acometida ocorre em crianças, adolescentes, além dos adultos. Uma grande preocupação é que adolescentes apresentam Síndrome Metabólica e isso é grave porque aumenta a chance de enfartar precocemente. Estudos feitos na Escandinávia mostram que aqueles adolescentes que apresentavam alterações, apresentaram alterações cardiovasculares ainda como jovens adultos. A Síndrome Metabólica é mais comum nos homens, embora as mulheres sejam mais penalizadas, especialmente depois da menopausa, quando engordam mais na região central e, portanto, têm maior risco de desenvolverem todas as doenças relacionadas.

Na Med-Rio Check-up, em pesquisa recente (entre agosto de 2020 e julho de 2021) em 8.000 executivos, sendo 50% homens e 50% mulheres, identificamos o seguinte cenário, que muito contribui para a Síndrome Metabólica:

  • 78% convivem com altos níveis de estresse;
  • 68% estão com peso corporal acima do ideal;
  • 70% têm os triglicerídeos acima de 150,
  • 65% são sedentários;
  • 50% têm o HDL-Colesterol abaixo de 40;
  • 25% são hipertensos;
  • 20% são obesos;
  • 12% são diabéticos.

Neste contexto, o checkup médico periódico é uma importante prevenção, especialmente para aqueles que se dedicam muito ao trabalho e se descuidam da saúde. Saúde é prevenção.

– Dr.Pedro Lobato para a revista MaisRio. Dr.Pedro Lobato é gerente médico da MedRio Check-up e membro do Colégio Americano de Medicina do Estilo de Vida