Caminhadas: a prática de exercícios físicos leves tem impacto direto na qualidade de vida e na longevidade Internet/Reprodução

Pesquisa americana concluiu que andar com regularidade, mesmo que lentamente, reduz a chance de mortalidade

Diz o provérbio que “devagar se vai ao longe”. A máxima popular vale como filosofia de vida, mas também para a saúde. Pesquisa da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, acaba de concluir que caminhar pode ser tão bom para a saúde como andar rápido.

Entrevistados que caminharam mais de 7 000 passos diários têm de 50% a 70% menos risco de mortalidade. A pesquisa acompanhou um grupo de 2 110 indivíduos com idades entre 38 e 50 anos, 42,9% de homens e 57,1% de mulheres.

Os cientistas dividiram o grupo em três: aqueles que caminhavam menos de 7 000 passos por dia; os que andavam de 7 000 até 9 999 passos e os que caminhavam mais de 10 000 passos. A ideia da metodologia era se debruçar sobre a associação do ritmo diário com a mortalidade precoce, antes dos 65 anos.

Ao final de um período de dez anos, os cientistas descobriram que voluntários que davam ao menos 7 000 passos por dia tinham até 70% menos chance de morte prematura, em comparação com os que não chegavam a este número de referência.

A pesquisa da Universidade de Massachussets endossa o que defendemos há anos: a prática regular de exercício físico – independente da sua intensidade – é um dos melhores aliados na busca por uma vida saudável, ao lado da alimentação balanceada, sono reparador, consumo moderado de álcool, controle do peso, distância do tabagismo e exames preventivos regulares.

Manter o corpo em atividade frequente reduz a incidência de doenças crônicas – como obesidade, diabetes, hipertensão, demências, depressão -, como também as doenças cardiovasculares, várias formas de câncer, osteoporose, problemas digestivos, níveis de colesterol, sem esquecer do impacto positivo na saúde mental.

A boa notícia da nova pesquisa se refere à intensidade. Os responsáveis pela pesquisa concluíram que caminhar mais do que 10 000 passos por dia não reduz o risco de mortalidade de forma significativa, se comparado com quem caminha 7 000 passos diariamente. Mais importante que a intensidade, ficou provado que a regularidade é fundamental. É, portanto, o fim das desculpas daqueles que não gostam de correr ou mesmo andar rápido: qualquer caminhada é útil para a saúde.

Na orla, na Lagoa, nos parques, na praia – além de clubes e academias -, nossa cidade é um convite à prática de exercícios físicos. São vários os lugares onde é possível exercitar-se em segurança. Muitos pacientes deixaram de manter a regularidade de suas atividades por medo da Covid-19.

Agora é tempo de voltar a cuidar da saúde: além dos hábitos saudáveis, é fundamental retomar as consultas médicas e check-ups que foram adiados. Saúde é prevenção!

Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a MedRio Check-up, líder brasileira em check up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).